Resumo: |
O trabalho dos pesquisadores com semioquímicos ou feromônios mostra como pode-se utilizar o conhecimento sobre a comunicação entre os insetos para combater, de forma natural, pragas e doenças. Nesse caso, busca-se interferir na comunicação química entre os insetos. Conforme explica o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília - DF) Miguel Borges, semioquímicos são compostos voláteis (transmissíveis pelo vento) emitidos pelos organismos que funcionam como sinais utilizados pelos insetos para sua comunicação. Os feromônios são sinais químicos usados para a comunicação entre indivíduos de uma mesma espécie. “Observou-se essa comunicação química entre insetos com fins de acasalamento e reprodução. Então, em laboratório, começamos a trabalhar com insetos para observar seu comportamento e tentar identificar qual ou quais compostos químicos eles liberam para atrair o parceiro para acasalmento”, detalha o pesquisador. Os experimentos foram feitos com o percevejo da soja, praga que traz muitos prejuízos para essa lavoura, infestando também outros cultivos como os de trigo, milho e algodão. Os pesquisadores isolaram os composto químico que o macho da espécie libera para atrair a fêmea e, então, passaram a reproduzi-lo em laboratório. O intuito é criar uma armadilha a ser instalada nas lavouras. Reproduzindo o sinal que macho emite, a armadilha vai atrair as fêmeas que, capturadas, serão impedidas de efetivar o acasalamento e a reprodução de percevejos. Método natural de combate e controle de pragas, o uso de feromônios apresenta-se como uma ferramenta simples e de baixo custo. O uso de armadilhas com base na reprodução, em laboratório, de compostos químicos pode ser uma alternativa ao uso de inseticidas que, além de encarecerem a produção, causam resistência nos insetos, redução do número de inimigos naturais, podem provocar o ressurgimento de pragas e ainda são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.
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Programa de rádio.
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