Resumo: |
O modelo de ocupação da Amazônia, implementado nas últimas décadas, pouco considerou as especificidades dos distintos ecossistemas florestais existentes na região. Quando se considera a dimensão territorial da Amazônia e os impactos decorrentes do desflorestamento e conseqüente processo de fragmentação de florestas, o fato ganha importância global. Este trabalho faz parte do projeto "Efeito do processo de fragmentação florestal na sustentabilidade de alguns ecossistemas periféricos aos eixos rodoviários no sudeste acreano", financiado pelo Programa Nacional de Diversidade Biológica (Pronabio), e foi desenvolvido num fragmento florestal localizado à margem direita da Rodovia Federal BR-364, km 30, sentido Rio Branco/Porto Velho, no município de Rio Branco, capital do Estado do Acre. A finalidade dos estudos foi avaliar os impactos do processo de fragmentação florestal sobre a estrutura horizontal do fragmento e biomassa viva acima do solo nos ambientes de borda e interior. Para esta avaliação, foram considerados os seguintes parâmetros: uso atual da terra; composição florestal; mensuração da biomassa vegetal viva acima do solo, por meio de equações alométricas ajustadas para a região; e, estimativa do estoque de carbono. Na bordadura do fragmento, avaliaram-se florestas secundárias com idades de abandono de 15 e 25 anos. A característica principal no interior do fragmento consiste na configuração de uma estrutura horizontal mais harmoniosa entre as famílias e seus respectivos gêneros e espécies. O ecossistema de bordadura com floresta secundária de 15 anos e as famílias Cecropiaceae e Rhamnaceae consistem em 49,29% dos indivíduos existentes, com ocorrência de apenas cinco espécies. As famílias com maior representação na biomassa viva, para a floresta primária (interior) foram: Lecythidaceae, 16,43%; Moraceae, 13,93%; Fabaceae, 6,07%; Apocynaceae, 5,30%; e, Mimosaceae, com 5,19%; totalizando 46,92% da biomassa viva acima do solo. O estoque de carbono foi de 114 T-C.ha-1, para o interior do fragmento, e 52 T-C.ha-1, para a bordadura com floresta secundária. A análise do balanço de estoque do carbono existente no interior e borda do fragmento demonstra que o tempo necessário para reabsorção do carbono liberado pela floresta primária, por meio da regeneração de florestas secundárias jovens de bordadura, via fotossíntese, levaria cerca de 45 anos.
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