Resumo: |
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, que avalia a prevalência de sinais e sintomas de 39 profissionais - Engenheiros Agrônomos e Técnicos agrícolas da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro -, através da aplicação de um questionário de dados ocupacionais e de condições de vida, bem como das avaliações clínica e neurológica, seguidas de exames laboratoriais, visando estabelecer o possível nexo entre a exposição ocupacional e os sintomas encontrados nos trabalhadores expostos da população em estudo. Os indivíduos integrantes do estudo têm entre 19 e 56 anos, com predominância do sexo masculino (95%), residentes nos Municípios de Teresópolis, Nova Friburgo, Bom Jardim, Cordeiro, Sumidouro, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Cantagalo e Duas Barras. Foram observados nessa população os seguintes sintomas e sinais: cefaléia (35,8%), hipertensão arterial (29%), hipotensão arterial (28,2%), diminuição da memória (23%), tosse, irritação nasal e secreção brônquica (18%), câimbras, agitação e irritabilidade (15.3%), labilidade emocional, formigamentos, diminuição da concentração e depressão (13%), vertigem, tontura e nervosismo, diminuição da força muscular e agressividade (7.7%) e visão turva (5,2%). Os níveis da enzima acetilcolinesterase plasmática mantiveram-se dentro de parâmetros normais com uma média de 10.380 U/L. Destacou-se, também, a observação dos profissionais em relação à crise da assistência técnica no campo e a percepção de mudança do padrão ambiental e do perfil epidemiológico na população de agricultores no último ano, com dados que, ao mesmo tempo em que apontam para uma redução dos quadros de intoxicação aguda, ressaltam, em contrapartida, um aumento da gravidade em relação às intoxicações crônicas. Conclui-se que o problema da exposição ocupacional aos agrotóxicos adquire uma dimensão de forte impacto, pois, além da população de agricultores diretamente expostos, atinge também, de forma indireta, populações bem informadas em relação ao problema. Nesse contexto, este estudo articula-se a outros, visando inserir a utilização da homeopatia na prevenção das doenças de origem ambiental, com o objetivo de contribuir com estas questões na área de Produção, Ambiente e Saúde.
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