Resumo: |
O atual modelo de exploração das pastagens tem culminado em um processo avançado de degradação dos solos, com espécies nativas assumindo o status de planta invasora, como Memora peregrina (Miers) Sandwith e competindo com as espécies forrageiras. Esta planta é de difícil controle mecânico ou químico, e apresenta diversas e eficientes estratégias de propagação. Acredita-se que seu sucesso na invasividade esteja associado, entre outros fatores, à textura do solo. Proprietários e trabalhadores rurais observaram empiricamente uma ?preferência? da planta aos solos de textura arenosa. Entender as peculiaridades ecofisiológicas de M. peregrina poderá auxiliar a proposição de alternativas de controle mais eficientes. O objetivo nesta pesquisa foi avaliar o efeito da textura do solo no crescimento e desenvolvimento de M. peregrina. Plântulas foram produzidas em câmaras de germinação do tipo BOD até o surgimento do primeiro par de eófilos e então foram transferidas para vasos de 50 L e cultivadas sob três tratamentos: solos arenoso, misto e argiloso. Durante 147 dias, com intervalos de 21 dias (sete amostragens), foram mensuradas variáveis como altura máxima da planta, número de brotos a partir do colo, número de folhas, área foliar e matéria seca das estruturas. As variáveis área e matéria seca foliar, comprimento e massa seca do caule e massa seca da estrutura subterrânea foram superiores em plantas cultivadas em solo arenoso. Este crescimento provavelmente é devido à menor resistência mecânica do solo arenoso ou à sua melhor oxigenação. Já as plantas cultivadas em solos argilosos e mistos não diferiram significativamente no peso seco total, área foliar, comprimento total, comprimento e peso seco caulinares. Parâmetros de crescimento e desenvolvimento de M. peregrina apresentam relação positiva quanto à textura do solo, sendo a arenosa a mais apropriada para a planta e, consequentemente, solos com esta característica são mais vulneráveis à invasão, confirmando a observação empírica de proprietários e produtores rurais quanto à textura mais propícia à ocupação por M. peregrina. Estes dados podem auxiliar na proposição de estratégias de controle mais eficientes e menos onerosas além de auxiliar na identificação de possíveis focos de invasão.
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Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS. Orientador: Prof. Valdemir Antônio Laura. Parte do CD 122.
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