Resumo: |
A mancha-da-folha da videira, também conhecida por mancha de Isariopsis é causada por Mycosphaerella personata Higgins, anamorfo Pseudocercospora vitis (Lév.) Speg., e ocorre, geralmente no final do ciclo vegetativo, principalmente nas cultivares americanas e algumas híbridas, sendo que a cultivar Bordô é extremamente suscetível, enquanto que as cultivares viníferas ou europeias são resistentes a esta doença.O patógeno ataca diferentes gêneros de Vitaceae (Ampelopsis, Cissus, Parthenocissus ) e diferentes espécies de Vitis. Tendo sido relatada no Brasil, Europa, India, Japão, América do Norte, Coreia do Sul, Paquistão, Arábia Saudita e África do Sul e mais recentemente na Argentina em cultivares americanas (SISTERNA; RONCO, 2005). A ocorrência da mancha-das-folhas está ligada à ausência de tratamentos com fungicidas; à utilização de produtos inadequados para controle ou à descontinuidade das aplicações, o que contribui para a infecção das folhas pelo patógeno e a consequente queda. No Brasil, muito pouca atenção tem sido dada por parte dos viticultores no controle da mancha-das-folhas. De um modo geral, muita atenção com os tratamentos fitossanitários é dada até a colheita da uva e a partir daí, no máximo, é realizada alguma aplicação com calda bordalesa, que não apresenta boa eficácia no controle dessa doença. Consultando a literatura internacional, observam-se poucos trabalhos conduzidos em outros países vitivinícolas, pois a grande maioria cultiva a espécie Vitis vinifera L., que é resistente.A desfolha precoce acarreta o enfraquecimento da planta, a redução na resistência às baixas temperaturas e compromete o vigor e a produção dos anos seguintes. A fotossíntese continuada e a absorção de nutrientes, durante o período pós-colheita, permitem as videiras armazenarem carboidratos e reservas de nutrientes para uso na estação seguinte (SMITH; HOLZAPFEL, 2012). A redução das reservas de carboidratos, pela desfolha parcial ou total, resulta na menor taxa de crescimento e o menor diâmetro das brotações na primavera seguinte. A redução da área foliar pode restringir o acúmulo de carboidratos, tendo como consequências impactos negativos no florescimento e no rendimento da produção nos anos seguintes (BENNETT et al., 2005; ROGIERS et al., 2011).
bitstream/item/159435/1/Comunicado-Tecnico-189-1.pdf
|