Resumo: |
Considerarmos que a necessidade urgente de preservar o maior estoque de florestas do mundo, envolve a busca de um modelo que resulte na perpetuação dessas florestas através do seu uso racional, pelo menos numa porção desse estoque, uso esse vinculado num programa de geração de empregos, de renda e de cooperação na solução de questões fundamentais da sociedade, como a construção de habitações populares. As contínuas queimadas das florestas na Amazônia, não apenas destroem ecossistemas e a biodiversidade local, mas igualmente destroem os recursos madeireiros e não madeireiros, que poderiam estar sendo aproveitados. Embora a questão da ocupação da Amazônia e do seu uso racional seja difícil e complexa, ao nosso ver, ela passa pela criação de uma civilização da floresta ou uma comunidade da floresta, em que a existência da própria floresta seja o meio, o modo e a razão da vida das comunidades que vivem no seu interior ou na sua periferia. A pesquisa sobre a ecologia das florestas tropicais, realizada nas últimas décadas, sugere algumas alternativas para a criação de sistemas de aproveitamento, nos quais a floresta mesmo depois de cortada se regenere localmente, criando um ciclo de permanente utilização e de manutenção da biodiversidade dessas florestas. Propomos um novo paradigma, a criação de uma "Petrobrás das florestas", como um instrumento útil e soberano, para ajudar na construção desse conhecimento e na definição de políticas para sua aplicação, permitindo atenuar questões fundamentais, como geração de renda para essas comunidades marginalizadas, contribuir na solução do déficit de habitações populares, e fundamentalmente na manutenção da biodiversidade remanescente da Floresta Amazônica.
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