Resumo: |
A cultura do milho implantada em semeadura direta em sucessão a gramíneas, geralmente, apresenta deficiência inicial de nitrogênio (N). Ela é atribuída à imobilização microbiana de N durante o processo de decomposição da palha com alta razão C/N. Com a finalidade de diminuir esta deficiência, recomenda-se, para qualquer situação, a aplicação de 20 a 30kg/ha de N na semeadura. Porém, será que este manejo se aplica para todas as situações? O objetivo desta revisão é questionar a recomendação de aplicação de nitrogênio na semeadura do milho em sucessão à aveia preta e discutir a eficiência de outras três estratégias que têm sido utilizadas para diminuir a deficiência inicial de N nesta cultura. A disponibilidade de N para as culturas em sucessão é controlada pela intensidade dos processos opostos e simultâneos de imobilização e mineralização do N durante a decomposição de resíduos culturais pela população microbiana do solo. Ela é influenciada pela quantidade, tipo (razão C/N) e manejo de resíduos, temperatura do solo, regime de água/aeração, pH e pelo teor de N no solo. Assim, a resposta do milho ao manejo do N está muito relacionada ao ambiente. Outras estratégias têm sido propostas com a finalidade de diminuir a deficiência inicial de N no milho quando implantado em sucessão à aveia preta. Pode-se destacar o atraso da época de semeadura após a dessecação da aveia, a aplicação de N nos estádios iniciais de desenvolvimento da aveia e a aplicação de N no manejo da aveia, ou seja, em pré-semeadura do milho. Portanto, a recomendação do manejo do N deve resultar de uma avaliação caso a caso, evitando-se generalizações.
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