O presente trabalho discorre sobre as mudanças técnicas e sociais nas políticas públicas de diminuição da densidade populacional de cães e gatos e das suas implicações éticas. As ações de captura e morte de cães e gatos sadios como medida de saúde pública demonstram a posição ambígua dos animais de estimação na sociedade contemporânea: representados como fontes de afeto, por um lado, e como fonte de risco, por outro. Entre os problemas associados à superpopulação de animais de estimação, especialmente os cães, a raiva foi a principal motivação para o estabelecimento de uma política oficial de extermínio de animais em situação de rua em diversos países. Presente em todos os continentes há cerca de quatro mil anos, essa importante antropozoonose viral letal... |